São José do Ipiranga | R. Brg. Jordão, 560 - Ipiranga/SP
Fone/Fax: (11) 2063-1818/2063-2523

Palmeira ou Oliveira?

Palmeira ou Oliveira?

A liturgia do Domingo de Ramos, na esteira dos Evangelhos, está associada a duas árvores que têm um valor simbólico na Bíblia e na tradição cristã.

Segundo o Evangelho de Mateus (21,8), introduz um sinal particular de festa, os ramos verdejantes, que no Evangelho de João são especificadas como “ramos de palmeira” (12,13).

É na sequência destas representações que a liturgia de Ramos propõe a procissão das palmas, às quais se associam as oliveiras, porque a entrada de Jesus parte de Betfagé, uma vila nas encostas do monte das Oliveiras (Mt 21,1).

Na contemplação bíblica da natureza encontramos estas duas árvores que revestem um valor emblemático nas páginas sagradas e na tradição judaica e cristã (a festa das Cabanas, por exemplo, compreende um, ritual em que se agitam palmas, em sinal de alegria).

Em hebraico, “palma” é “tamar”, que se torna também um nome de pessoa (como a infeliz irmã de Absalão, filho de David, conforme 2 Samuel 13), e de definição de localização (Jericó era dita “ a cidade das palmas”).

À oliveira, por seu lado, seria necessário dedicar um longo tratado, porque é, com as videiras e o figo, um vegetal do mediterrâneo muito querido na Bíblia, sobretudo pelo seu fruto, que produz o azeite.

No Novo Testamento, “eláia”, “oliveira” em grego, ressoa três vezes como “monte das Oliveiras”, enquanto “elaiôn”, “óleo”. Recordamos, no entanto, que já nas primeiras páginas da Bíblia comparece um raminho de oliveira levado por uma pomba a Noé, como sinal de renascimento da vida após a tragédia do dilúvio (Gn 8,11). Também Israel, ressurgido como povo abençoado por Deus, «terá a beleza da oliveira» (Os 14,7).

Entre os muitos passos bíblicos colocados idealmente à sombra desta árvore, exemplificamos dois. O primeiro é luminoso, e é a deliciosa quadra do Salmo 128, com o pai sentado à mesa rodeado da mulher e dos seus filhos, “semelhantes rebentos de oliveira” (v. 3).

O segundo é, ao contrário, dramático, e decorre no Getsemani, de todos conhecido; o termo significa “lagar para as oliveiras”, colocado no interior de um horto de oliveiras onde Jesus sofre e reza na última noite da sua vida terrena.

Dessa forma, com os ramos em mãos, oliveira ou palmeira, assumimos a missão de “seguidores” e participantes do projeto de Deus.

Somos também nós os discípulos de Jesus hoje e convidados a direcionar nossos passos e ações para Ele. E desse modo, sermos participantes do Mistério Pascal. A Jerusalém Celeste é o céu prometido a todos aqueles que, com seus ramos, glorificam a Deus. E, nos passos e ensinamentos de Jesus, aprenderemos que no mandamento maior está o Caminho e o maior desejo de Deus: “Amai-vos”, pois é desse sentimento que emana tudo aquilo que nos faz participantes da Filiação Divina – Filhos de Deus.

Não esqueça de trazer seu ramo para ser abençoado neste domingo que celebraremos o início da Semana Santa.

Acompanhe a programação
da Semana Santa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.