Quarta-feira Santa ou Quarta-feira de Trevas
“Quarta-feira Santa”, ou “Grande e Sagrada Quarta-feira” ou, tradicionalmente chamada de “Quarta-feira de Trevas”.
Às vésperas do Tríduo Pascal, a liturgia desta quarta-feira nos traz um elemento desagradável: a traição de Judas. Não nos confundamos: Judas representa todas as forças do mal que tomam parte dos nossos pecados, que se opõem aos planos maravilhosos de Deus.
Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro”. Os homens saem, de uma igreja ou local determinado, com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho.
Ainda há igrejas que neste dia celebram o Ofício das Trevas (em latim, Tenebrae, que significa escuridão), lembrando que o mundo já está em trevas devido à proximidade da morte de Jesus. Na cerimônia, sempre noturna, recitam-se salmos penitenciais e de lamentação à luz de um candelabro com quinze velas, que vão sendo apagadas a cada leitura até que a igreja fique em total escuridão.
No Evangelho de Mateus, a noite já descia sobre a cidade e os peregrinos que vinham para a Páscoa continuavam chegando. Um ar festivo invade tudo, uma espécie de canto da libertação. Judas fica em silêncio, parece não ter consciência de ter vendido o seu Senhor como se Ele fosse um escravo. Todos percebem que chegou a hora e Jesus está livre e decidido.
A primeira leitura é o terceiro canto de Isaías, “não ocultei o rosto aos insultos”, é o “Canto da Paixão”, porque relata com detalhes o sofrimento do servo. O Salmo é o 68: “Ficamos impressionados com o grito angustiado de um justo perseguido”.