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José, esposo e pai

José, esposo e pai

José, esposo de Maria e pai de Jesus. Aqui estão verdades de fé que devemos alimentar de modo mais intenso e decisivo. O esposo de Maria não é um simulador de matrimônio, mas um autêntico companheiro de vida e esperança da Mãe do Senhor. Embora aparentemente limitado, o matrimônio de José e Maria foi verdadeiro, como muitos pensadores cristãos já refletiram.

E José é o verdadeiro pai de Jesus, fato que não devemos deixar de afirmar. No entanto, é muito comum que isso não seja apresentado de modo claro quando, por exemplo, se afirma que ele é o “pai nutício”, o “pai adotivo”, o “pai legal” de Jesus. Por que estas limitações para a paternidade de José sobre Jesus? Talvez porque não se entenda ainda que tanto pai como mãe é quem assume a tarefa da paternidade, independente da geração física.

Em Mateus 1,18-25, na anunciação de Jesus a José, a missão daquele homem, da família de Jusá, é a de legitimar a identidade de Jesus frente a sociedade de Israel. Em João 1,42 lemos que os contemporâneos de Jesus perguntavam sobre Ele: “Esse não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos?” A referência humana de Jesus na sociedade de seu tempo era, em grande medida, José, seu pai.

Em tempos de valorização da família, à luz da exortação apostólica “Amoris Laetitiae”, do Papa Francisco, a identificação de José como pai de Jesus, ao lado de sua mãe, Maria, é algo a ser considerado com mais intensidade. João Paulo II, na exortação apostólica “Redemptoris Custos”, de ‘989, sobre a pessoa e missão de José na Salvação, o chama várias vezes de “homem justo”, e destaca de modo muito intenso o “serviço da paternidade”. José, o homem justo, que abre o Evangelho segundo Mateus, é o depositário do Mistério de Deus na história. É assim que podemos identificá-lo e reverenciá-lo.

A missão de José e sua figura podem ser mais valorizadas em nossa realidade de fé. A compreensão que temos de sua figura deve ser seguida de uma ação intensa de compromisso com a vida, com a liberdade, com a coerência entre crer e agir. Neste ponto e em muitos outros, a inspiração de José, esposo e pai, pode nos levar a ter ânimo e decisão perante os desafios que nos são apresentados todos os dias, dos modos mais diversos e múltiplos.

Uma prece, inspirada na figura e missão de José, pode ser oportuna a todos nós.

Tu, José,
que, depois da Bendita Virgem Maria,
foste o primeiro a apertar ao peito
Jesus Redentor:
sê o nosso modelo de vida
que, como a tua,
é de relação íntima com o Verbo Divino.
Amém!

Esta “relação íntima com o Verbo Divino” é o batismo que nos configura a Cristo e nos une à Sua graça. Como José, estamos dentro do mistério de Deus.

Escrito para revista São José de 2017 por:

Pe. Mauro Negro, OSJ
Prof. de Teologia Bíblica PUC São Paulo
mauronegro@uol.com.br

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