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Coroa do Advento

Coroa do Advento

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1).

Um dos símbolos mais característicos do Advento, tempo de alegre expectativa pela vinda do Senhor é a coroa do Advento.

O Diretório sobre Piedade Popular assim sintetiza seu simbolismo: “A coroa do Advento, com o progressivo acender das suas quatro luzes, domingo após domingo, até à solenidade do Natal, é memória das várias etapas da história da salvação antes de Cristo e símbolo da luz profética que ia iluminando a noite da expectativa, até o surgimento do Sol de justiça” (n. 98).

Quando a coroa é montada na igreja, vale lembrar que ela é um elemento devocional, e não litúrgico. Não é, portanto, um elemento obrigatório, como são os elementos fundamentais do espaço sagrado (altar, ambão, cadeira presidencial…).

Os “ramos sempre verdes”, como indica o Diretório, remetem ao inverno no hemisfério norte, onde a maioria das árvores perdem suas folhas. Assim como para árvore de Natal, portanto, para a coroa do Advento se recorre a árvores perenes, isto é, que não perdem suas folhas no inverno, como o pinheiro, o abeto ou o cipreste, como símbolos da esperança, da vida, da vitória de Cristo sobre a morte.

A liturgia orienta evitar uma presença excessiva de flores, de modo a não antecipar a alegria própria do Natal.

As quatro velas são “memória das várias etapas da história da salvação antes de Cristo”: a criação, a aliança de Deus com Abraão, o êxodo, o reinado de Davi, a pregação dos profetas…

São geralmente dispostas em uma coroa de forma circular. O círculo, na tradição cristã, é símbolo da perfeição e da eternidade. Além disso, é desde a Antiguidade um símbolo de vitória, associada à coroa ( 1Cor 9,24-25; 2Tm 4,6-8).

A luz, com efeito, é quase como um “refrão” do Tempo do Natal (cJo 1,1-14; 8,12), desde a Missa da Noite (Is 9,1; Lc 2,9) até a Epifania (Is 60,1-3), ecoando inclusive na Festa da Apresentação do Senhor, 40 dias após o Natal (Lc 2,32).

As velas que lentamente se consomem podem remeter-nos à conclusão da primeira aliança, levada à plenitude por Cristo, o “Sol nascente que nos veio visitar” (Lc 1,78-79; Ap 21,23).

Como vimos, as quatro velas estão associadas aos quatro domingos do Advento. Assim, a cor das velas pode ser, nesse caso, a mesma dos domingos: quatro velas roxas ou então três velas roxas e uma rosa (em alusão ao 3º Domingo, conhecido como “Gaudete”, “Domingo da Alegria”).

Porém, às vezes encontramos coroas do Advento com velas em quatro cores distintas. Em alguns lugares, por fim, há o costume de inserir no centro da coroa uma quinta vela, sempre de cor branca, que se acenderia no início da Missa da Noite do Natal do Senhor, ao fim da proclamação do Natal ou Kalenda, antes da celebração.

Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:

  • a primeira vela é do profeta;
  • a segunda vela é de Belém;
  • a terceira vela é dos pastores;
  • a quarta vela é dos anjos.

Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:

  • a primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
  • a segunda é a vela da fé dos patriarcas que creem na promessa da Terra Prometida;
  • a terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
  • a quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.

Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:

  • o tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
  • o tempo dos patriarcas;
  • o tempo dos reis;
  • o tempo dos profetas.

A origem exata da coroa do Advento não é precisa. Alguns estudiosos sugerem que surgiu no leste da Alemanha durante o século XVI, sobretudo entre os luteranos. Essa tradição, porém, só se popularizou no século XIX.

Atribui-se ao teólogo protestante Johann Hinrich Wichern, então responsável por um lar para órfãos em Hamburgo (Alemanha), a elaboração da coroa do Advento como a conhecemos. Em 1839, Wichern teria disposto quatro velas grandes e vinte velas pequenas sobre uma roda de carroça, que as crianças do orfanato iam acendendo uma a cada dia, as velas pequenas nos dias de semana e as velas grandes nos domingos, desde o início do mês de dezembro até a noite de Natal.

Devido ao alto custo das velas na época, a coroa do Advento resumiu-se a 04 velas

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