Devocionário

Vem aí um ano inteiro dedicado a Devoção ao nosso glorioso São José.

Em meados de julho/agosto de 2020, devido aos efeitos da pandemia, inclusive no ano do Jubileu de 100 anos da Paróquia São José do Ipiranga, nosso pároco o Pe. Valdenício teve uma inspiração e acionou um grupo de agentes pastorais para colocar em prática o Devocionário de São José. O formato é de memorial ao nosso padroeiro e uma mescla de livro de orações, agenda permanente, que inclui a liturgia dominical e festas mensais.

Foram dados títulos à São José, a exemplo dos títulos a Maria Santíssima e toda uma elaboração de textos, reflexões e citações da igreja a seu respeito.

Antes do ano acabar o Papa Francisco instituiu 2021 como ano de São José, reavivando a memória de nós católicos sobre ele ser o patrono de toda a igreja. Diante disso, foi dado um ânimo revigorado para o projeto, coincidentemente ou providencialmente.

Homem justo e obediente a Deus, José viaja da Galileia com Maria grávida até Belém ao Sul de Israel por obrigação, Jesus nasce na mangedoura e logo é levado em fuga para o Egito devido ao genocídio ordenado por Herodes. José protege, conduz e ampara Maria e Jesus a pedido de Deus até que voltem, anos depois, em segurança para casa. A pintura neste mês é um “semi-icone” onde São José enfrenta o perigo com sua família. Pedimos intercessão à São José junto ao Pai, para que nos guie em tudo como fez na Sagrada Família.

Mês de festa e de lembrarmos que festejamos também como igreja. Recordar os motivos que nos fazem felizes. A própria vinda de Cristo no meio de nós. Quem poderia ser mais feliz que os pais do menino Deus? Compartilhar de vários momentos com Jesus de fato foi divino. Temos esse contato nos sacramentos, em especial na Eucaristia. Mas com certeza São José sorriu ao lado de Jesus. A pintura de fevereiro é feita com um polímero fotoluminescente que acende no escuro. Pedimos a luz na escuridão como um sorriso santificador de Deus.

Durante as festas que ocorreram ao longo dos anos via-se que os devotos davam testemunhos de graças alcançadas por intermédio de São José . Muitas vezes pessoas machucadas pela caminhada da vida e feridas pelas quedas e barreiras. O quadro de março traz São José com os braços a ponto de nos abraçar, acolhedor, cuidador, pai. Suas vestes são feitas de faixas, gases e ataduras, muito parecidas com as que já usamos ou ainda usaremos. Pedimos que São José interceda por nós, por amparo, cura e salvação para com o Senhor Deus.

Nosso padroeiro e patrono foi um homem de oração, seguia os preceitos judaicos e como vemos no evangelho, apresenta Jesus no templo no oitavo dia, também sobe a Jerusalém nas festas de peregrinação junto a sua família. A ida ao templo é momento de oração, proximidade com Deus, mais ainda se lembrarmos que o convívio com Jesus tornava todos os seus momentos plenos atos de oração. Na pintura, São José ergue os braços em atitude de oração, usando seu Talit judaico, lenço típico para a ocasião. Faz-se um momento de oração em família e Maria, sentada segura seu Filho Deus como um trono para o Rei do Universo. A menorá está ao lado simbolizando os dias da criação por Deus através das chamas deste candelabro.

Que São José nos inspire, a seu exemplo, a sermos pessoas de oração em busca da santidade.

No dia primeiro de maio, no Brasil, comemoramos São José Operário. Dentro de todas as celebrações que foram promovidas pela nossa Paróquia em respeito e devoção, rezamos e meditamos sobre o trabalhador de Nazaré e pai nutrício de Jesus Cristo.

O ofício de nosso padroeiro é questão de sustento, exemplo, dignidade, formação e catequização para toda a humanidade. Deve-se refletir sobre essa relação entre pai e filho que, em grande parte, foi ressaltada no ambiente do trabalho na oficina de São José, inclusive muitos estudiosos sustentam a afirmação que essa profissão se estendeu a Jesus.

O aprendizado de Jesus em como utilizar as famosas ferramentas de São José, citamos 7: esquadro, formão, serrote, martelo, compasso, tocha e plaina. Não se trata apenas de manuseio físico destes instrumentos, mas também uma maneira de agir com o próximo. Existe uma oração em nosso devocionário do mês que expressa um pouco dessa fórmula. Nela pedimos discernimento para sabermos utilizar essas ferramentas corretamente, tentando imitar São José e vislumbrar como o Menino Jesus aprendeu e empregou esses ensinamentos, provenientes de seu pai nutrício,em seu ministério.

Oremos para que nos tornemos dignos de sermos os trabalhadores inspirados pelo Patrono da Igreja.

Jesus está num processo constante de promoção do amor da sua boa nova, a qual fazemos parte e devemos praticar essa vocação, estarmos conscientes dessa nossa função evangelizadora e promotora da salvação.

No quadro de junho tentamos representar uma relação de reciprocidade no amor. Lembremos que uma das contrapartidas de recebermos uma pequena fração de um amor divino em nossas vidas é prestarmos confiança, pois da parte de Deus isso não é necessário. Confiar é fé, depositar Naquele que se confia toda sua esperança e devoção.

Lendo o quadro de junho e sua técnica diferenciada e experimental, em se tratando de arte religiosa, notamos essa interação de confiança. Vejamos: ao mesmo tempo que o Senhor Deus confiou a José ele mesmo menino, com suas fragilidades humanas e exposição às coisas terrenas, também José confia e fideliza sua vida ao cuidado do filho de Deus gerado pela Santíssima Virgem Maria.

Essa reciprocidade de Fé deve ser um sustentáculo para a manutenção de nosso caminhar na fé.