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O estresse que vem de dentro

O estresse que vem de dentro

Problemas existenciais extrapolam a realidade física e biológica, interagindo com anseios da alma e do espírito. Somos seres complexos, com necessidades fisiológicas entrelaçadas a estados emocionais, intelectuais e imaginativos.  Por isso, rotineiramente, nossa mente se transforma em poderosa fonte de estresse. Quantas vezes uma interpretação enganadora transforma situações  comuns em algo ameaçador? Um atraso, por exemplo, pode gerar várias interpretações!

Cada pensamento ou sentimento perturbador é capaz de acionar estados de alerta, gerando tensão física e psicológica.

Essa reação é provocada por estímulos criados mentalmente,  havendo ou não algum perigo real. Tudo pode estar bem no mundo externo, mas internamente a fantasia cria dramas, preocupações e tensão. O potencial nocivo de tal condição é um estado de insatisfação generalizada. Nesses casos, viver é difícil, a vida em si parece vazia, sombria, infeliz.

O nível do estresse implica fontes externas e internas, porém a força dos estressores depende de dois aspectos principais:

1º) vulnerabilidade individual perante riscos e obstáculos;

2º) desenvolvimento de estratégias de enfrentamento.

Um fator central na produção interna de tensões é a ansiedade interminável. Expectativas desmedidas ou ilusórias geram alta ansiedade, igualmente o desejo de ser aceito por todos e a dificuldade de se impor. Diante desse estresse que vem de dentro, o primeiro passo é identificar ideias e atitudes autodestrutivas. Pessoas  muito ansiosas veem  ameaças em toda parte, cultivam uma visão de mundo negativa e tendem a imaginar desgraças, fracassos e erros.

Numerosas pesquisas demonstram a necessidade de cuidar desses sentimentos e pensamentos prejudiciais à autoestima e autoafirmação, aprendendo a pensar de modo antiestresse.

É importante avaliar a situação de estresse considerando pensamentos apaziguadores,  tranquilizadores, imaginando algo agradável.  São muitos os desafios da vida, sabemos que alguns serão vencidos e outros não. Uma avaliação apropriada dos problemas existenciais diferencia aborrecimentos de tragédias, resultados possíveis das soluções ilusórias, sacrifícios necessários dos sofrimentos inúteis. Essa discriminação ajuda a moderar ansiedades exageradas ou um otimismo cego.

Uma dica para iniciar essa reflexão:

Adquira o hábito de se perguntar se seus pensamentos estão funcionando contra você, quando deveriam agir a seu favor.

Escrito por: Marisa Moura Verdade
Mestra em Educação Ambiental, Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano, Especializada em Psico-Oncologia, Pesquisadora do Laboratório de Psicologia Social da Religião (IPUSP). Autora do livro Ecologia Mental da Morte. A troca simbólica da alma com a morte (FAPESP-Casa do Psicólogo, 2006).

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